A Rinha de Backend é um desafio que tem como principal objetivo compartilhar conhecimento em formato de desafio! Esta é a segunda edição. A data limite para enviar sua submissão é 2024-03-10T23:59:59-03:00
e em 2024-03-14T19:00:00-03:00
os resultados serão anunciados numa live no YouTube.
O principal assunto dessa Rinha trata de controle de concorrência com o tema créditos e débitos (crébitos) e foi inspirado pelos colegas @lucascs e @kmyokoyama, nesse e nesse comentário dessa tweet.
Se quiser entender mais sobre o espírito das Rinhas, confira o repositório da primeira edição.
Ah! E antes de continuar, é importante dizer que a Cubos Academy disponibilizou o cupom RINHADEV
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Para participar você precisa desenvolver uma API HTTP com os seguintes endpoints:
Requisição
POST /clientes/[id]/transacoes
{
"valor": 1000,
"tipo" : "c",
"descricao" : "descricao"
}
Onde
[id]
(na URL) deve ser um número inteiro representando a identificação do cliente.valor
deve um número inteiro positivo que representa centavos (não vamos trabalhar com frações de centavos). Por exemplo, R$ 10 são 1000 centavos.tipo
deve ser apenasc
para crédito oud
para débito.descricao
deve ser uma string de 1 a 10 caractéres.
Todos os campos são obrigatórios.
Resposta
HTTP 200 OK
{
"limite" : 100000,
"saldo" : -9098
}
Onde
limite
deve ser o limite cadastrado do cliente.saldo
deve ser o novo saldo após a conclusão da transação.
Obrigatoriamente, o http status code de requisições para transações bem sucedidas deve ser 200!
Regras Uma transação de débito nunca pode deixar o saldo do cliente menor que seu limite disponível. Por exemplo, um cliente com limite de 1000 (R$ 10) nunca deverá ter o saldo menor que -1000 (R$ -10). Nesse caso, um saldo de -1001 ou menor significa inconsistência na Rinha de Backend!
Se uma requisição para débito for deixar o saldo inconsistente, a API deve retornar HTTP Status Code 422 sem completar a transação! O corpo da resposta nesse caso não será testado e você pode escolher como o representar.
Se o atributo [id]
da URL for de uma identificação não existente de cliente, a API deve retornar HTTP Status Code 404. O corpo da resposta nesse caso não será testado e você pode escolher como o representar. Se a API retornar algo como HTTP 200 informando que o cliente não foi encontrado no corpo da resposta ou HTTP 204 sem corpo, ficarei extremamente deprimido e a Rinha será cancelada para sempre.
Requisição
GET /clientes/[id]/extrato
Onde
[id]
(na URL) deve ser um número inteiro representando a identificação do cliente.
Resposta
HTTP 200 OK
{
"saldo": {
"total": -9098,
"data_extrato": "2024-01-17T02:34:41.217753Z",
"limite": 100000
},
"ultimas_transacoes": [
{
"valor": 10,
"tipo": "c",
"descricao": "descricao",
"realizada_em": "2024-01-17T02:34:38.543030Z"
},
{
"valor": 90000,
"tipo": "d",
"descricao": "descricao",
"realizada_em": "2024-01-17T02:34:38.543030Z"
}
]
}
Onde
saldo
total
deve ser o saldo total atual do cliente (não apenas das últimas transações seguintes exibidas).data_extrato
deve ser a data/hora da consulta do extrato.limite
deve ser o limite cadastrado do cliente.
ultimas_transacoes
é uma lista ordenada por data/hora das transações de forma decrescente contendo até as 10 últimas transações com o seguinte:valor
deve ser o valor da transação.tipo
deve serc
para crédito ed
para débito.descricao
deve ser a descrição informada durante a transação.realizada_em
deve ser a data/hora da realização da transação.
Regras
Se o atributo [id]
da URL for de uma identificação não existente de cliente, a API deve retornar HTTP Status Code 404. O corpo da resposta nesse caso não será testado e você pode escolher como o representar. Já sabe o que acontece se sua API retornar algo na faixa 2XX, né? Agradecido.
Para haver ênfase em concorrência durante o teste, poucos clientes devem ser cadastrados e testados. Por isso, apenas cinco clientes, com os seguintes IDs, limites e saldos iniciais, devem ser previamente cadastrados para o teste – isso é imprescindível!
id | limite | saldo inicial |
---|---|---|
1 | 100000 | 0 |
2 | 80000 | 0 |
3 | 1000000 | 0 |
4 | 10000000 | 0 |
5 | 500000 | 0 |
Obs.: Não cadastre um cliente com o ID 6 especificamente, pois parte do teste é verificar se o cliente com o ID 6 realmente não existe e a API retorna HTTP 404!
Assim como na Rinha de Backend anterior, você precisará conteinerizar sua API e outros componentes usados no formato de docker-compose, obedecer às restrições de recursos de CPU e memória, configuração mínima arquitetural, e estrutura de artefatos e processo de entrega (o que, onde e quando suas coisas precisam ser entregues).
Você pode fazer a submissão de forma individual, dupla de 2, dupla de 3 ou até dupla de 50 pessoas. Não tem limite. E você e/ou seu grupo pode fazer mais de uma submissão desde que a API seja diferente.
Para participar, basta fazer um pull request neste repositório incluindo um subdiretório em participantes com os seguintes arquivos:
docker-compose.yml
- arquivo interpretável pordocker-compose
contendo a declaração dos serviços que compõe sua API respeitando as restrições de CPU/memória e arquitetura mínima.README.md
- incluindo pelo menos seu nome, tecnologias que usou, o link para o repositório do código fonte da sua API, e alguma forma de entrar em contato caso vença. Fique à vontade para incluir informações adicionais como link para site, etc.- Inclua aqui também quaisquer outros diretórios/arquivos necessários para que seus contêineres subam corretamente como, por exemplo,
nginx.conf
,banco.sql
, etc.
Aqui tem um exemplo de submissão para te ajudar, caso queira.
Importante! É fundamental que todos os serviços declarados no docker-compose.yml
estejam publicamente disponíveis! Caso contrário, não será possível executar os testes. Para isso, você pode criar uma conta em hub.docker.com para disponibilizar suas imagens. Essa imagens geralmente terão o formato <user>/<imagem>:<tag> – por exemplo, zanfranceschi/rinha-api:latest
.
Um erro comum na edição anterior da Rinha foi a declaração de imagens como se estivessem presentes localmente. Isso pode ser verdade para quem as construiu (realizou o build localmente), mas não será verdadeiro para o servidor que executará os testes!
Importante! É obrigatório deixar o repositório contendo o código fonte da sua API publicamente acessível e informado no arquivo README.md
entregue na submissão. Afinal, a Rinha de Backend tem como principal objetivo compartilhar conhecimento!
Um exemplo de submissão/pull request da Ana, poderia ter os seguintes arquivos:
├─ participantes/
| ├─ ana-01/
| | ├─ docker-compose.yml
| | ├─ nginx.config
| | ├─ sql/
| | | ├─ ddl.sql
| | | ├─ dml.sql
| | ├─ README.md
A data/hora limite para fazer pull requests para sua submissão é até 2024-03-10T23:59:59-03:00
. Após esse dia/hora, qualquer pull request será automaticamente rejeitado.
Note que você poderá fazer quantos pull requests desejar até essa data/hora limite!
Por "API" aqui, me refiro a todos os serviços envolvidos para que o serviço que atenderá às requisições HTTP funcione, tais como o load balancer, banco de dados e servidor HTTP.
A sua API precisa ter, no mínimo, os seguintes serviços:
- Um load balancer que faça a distribuição de tráfego usando o algoritmo round robin. Diferentemente da edição anterior, você não precisa usar o Nginx – pode escolher (ou até fazer) qualquer um como p.ex. o HAProxy. O load balancer será o serviço que receberá as requisições do teste e ele precisa aceitar requisições na porta 9999!
- 2 instâncias de servidores web que atenderão às requisições HTTP (distribuídas pelo load balancer).
- Um banco de dados relacional ou não relacional (exceto bancos de dados que têm como principal característica o armazenamento de dados em memória, tal como Redis, por exemplo).
flowchart TD
G(Stress Test - Gatling) -.-> LB(Load Balancer / porta 9999)
subgraph Sua Aplicação
LB -.-> API1(API - instância 01)
LB -.-> API2(API - instância 02)
API1 -.-> Db[(Database)]
API2 -.-> Db[(Database)]
end
Nota: Você pode usar componentes adicionais se quiser. Mas lembre-se de que as restrições de CPU e memória devem obedecer a regra de que a soma dos limites (que devem ser declarados para todos os serviços) não poderá ultrapassar 1.5 unidades de CPU e 550MB de memória! Use o bom senso e boa fé, não adicione um banco relacional e um Redis, por exemplo, e use apenas o Redis como armazenamento – afinal, a Rinha é apenas uma brincadeira que fomenta o aprendizado e não a competição desleal.
Dentro do seu arquivo docker-compose.yml, você deverá limitar todos os serviços para que a soma deles não ultrapasse os seguintes limites:
deploy.resources.limits.cpu
1.5 – uma unidade e meia de CPU distribuída entre todos os seus serviçosdeploy.resources.limits.memory
550MB – 550 mega bytes de memória distribuídos entre todos os seus serviços
Obs.: Por favor, use MB
para unidade de medida de memória; isso facilita as verificações de restrições.
# exemplo de parte de configuração de um serviço dentro do um arquivo docker-compose.yml
...
nginx:
image: nginx:latest
volumes:
- ./nginx.conf:/etc/nginx/nginx.conf:ro
depends_on:
- api01
- api02
ports:
- "9999:9999"
deploy:
resources:
limits:
cpus: "0.17"
memory: "10MB"
...
O seguinte são apenas arquivos de exemplo para que você não saia do zero, caso tenha alguma dificuldade ou apenas queira acelerar a construção da sua API. Obviamente, modifique como quiser respeitando todos as restrições anteriormente explicadas aqui. Novamente, você não precisa usar especificamente um banco de dados relacional – o exemplo seguinte é apenas ilustrativo.
docker-compose.yml
version: "3.5"
services:
api01: &api
# Lembre-se de que seu serviço HTTP deve estar hospedado num repositório
# publicamente acessível! Ex.: hub.docker.com
image: ana/minha-api-matadora:latest
hostname: api01
environment:
- DB_HOSTNAME=db
# Não é necessário expor qualquer porta além da porta do load balancer,
# mas é comum as pessoas o fazerem para testarem suas APIs e conectarem
# ao banco de dados na fase de desenvolvimento.
ports:
- "8081:8080"
depends_on:
- db
deploy:
resources:
limits:
cpus: "0.6"
memory: "200MB"
api02:
# Essa sintaxe reusa o que foi declarado em 'api01'.
<<: *api
hostname: api02
environment:
- DB_HOSTNAME=db
ports:
- "8082:8080"
nginx:
image: nginx:latest
volumes:
- ./nginx.conf:/etc/nginx/nginx.conf:ro
depends_on:
- api01
- api02
ports:
# Obrigatório expor/usar a porta 9999 no load balancer!
- "9999:9999"
deploy:
resources:
limits:
cpus: "0.17"
memory: "10MB"
db:
image: postgres:latest
hostname: db
environment:
- POSTGRES_PASSWORD=123
- POSTGRES_USER=admin
- POSTGRES_DB=rinha
ports:
- "5432:5432"
volumes:
- ./script.sql:/docker-entrypoint-initdb.d/script.sql
deploy:
resources:
limits:
# Note que a soma de todos os limites dos serviços
# aqui declarados é de 1.5 unidades de CPU e 550MB
# de memória. A distribuição feita aqui é apenas
# um exemplo – distribua como quiser.
cpus: "0.13"
memory: "140MB"
# O uso do modo `bridge` deve ser adequado à carga que será usada no teste.
# A edição anterior se beneficiou do modo host pois o volume de requisições
# era relativamente alto e a virtualização da rede se tornou um gargalo, mas
# este modo é mais complexo de ser configurado. Fique à vontade para usar o
# modo que quiser desde que não conflite com portas trivialmente usadas em um
# SO.
networks:
default:
driver: bridge
name: rinha-nginx-2024q1
script.sql
-- Coloque scripts iniciais aqui
CREATE TABLE...
DO $$
BEGIN
INSERT INTO clientes (nome, limite)
VALUES
('o barato sai caro', 1000 * 100),
('zan corp ltda', 800 * 100),
('les cruders', 10000 * 100),
('padaria joia de cocaia', 100000 * 100),
('kid mais', 5000 * 100);
END; $$
nginx.conf
events {
worker_connections 1000;
}
http {
access_log off;
sendfile on;
upstream api {
server api01:8080;
server api02:8080;
}
server {
listen 9999; # Lembra da porta 9999 obrigatória?
location / {
proxy_pass http://api;
}
}
}
Como na edição anterior, a ferramenta Gatling será usada novamente para realizar o teste de performance. Pode fazer muita diferença você executar os testes durante a fase de desenvolvimento para detectar possíveis problemas e gargalos. O teste está disponível nesse repositório em load-test.
Para saber os detalhes sobre o ambiente (SO e versões de software) acesse Especificações do Ambiente de Testes.
Note que o ambiente em que os testes serão executados é Linux x64. Portanto, se seu ambiente de desenvolvimento possui outra arquitetura, você precisará fazer o build do docker da seguinte forma:
$ docker buildx build --platform linux/amd64
Por exemplo:
$ docker buildx build --platform linux/amd64 -t ana/minha-api-matadora:latest .
Aqui estão instruções rápidas para você poder executar os testes:
- Baixe o Gatling em https://gatling.io/open-source/
- Certifique-se de que tenha o JDK instalado (64bits OpenJDK LTS (Long Term Support) versions: 11, 17 e 21) https://gatling.io/docs/gatling/tutorials/installation/
- Configure o script
./executar-teste-local.sh
(ou./executar-teste-local.ps1
se estiver no Windows) - Suba sua API (ou load balancer) na porta 9999
- Execute
./executar-teste-local.sh
(ou./executar-teste-local.ps1
se estiver no Windows) - Agora é só aguardar o teste terminar e abrir o relatório
O caminho do relatório é exibido ao término da simulação.
Os resultados/relatórios são salvos em
./load-test/user-files/results
.
Fique à vontade para alterar a simulação para testar diferentes aspectos e cenários. Não inclua essas alterações no pull request de submissão!
De nada :)
Na edição anterior da Rinha, o teste começava poucos segundos após a subida dos contêineres e, devido as restrições de CPU e memória, nem todos os serviços estavam prontos para receber requisições em tão pouco tempo. Nessa edição, antes do teste iniciar, um script verificará se a API está respondendo corretamente (via GET /clientes/1/extrato
) por até 40 segundos em intervalos de 2 segundos a cada tentativa. Por isso, certifique-se de que todos seus serviços não demorem mais do que 40 segundos para estarem aptos a receberem requisições!
A simulação contém um teste de lógica de saldo/limite que extrapola o que é comumente feito em testes de performance. O escrevi assim apenas por causa da natureza da Rinha de Backend. Evite fazer esse tipo de coisa em testes de performance, pois não é uma prática recomendada normalmente. Testes de lógica devem ficar junto ao código fonte em formato de testes de unidade ou integração!
Surpresa! :)