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Um contexto sobre French & Raven's (1959) Power Dynamics do curso de Influence da The Wharton School, University of Pennsylvania

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Influence

Em 1959, French & Raven apresentaram uma pesquisa sobre as dinâmicas do poder. São divididas em cinco, sendo elas: o poder legítimo, o poder da recompensa, o poder coercitivo, o poder de referência e o poder de especialista.

O poder legítimo acontece quando você foi contratado, eleito, nomeado para estar em uma posição específica que vem com responsabilidades sobre uma ou mais pessoas ou situações. Aqui vemos um gestor, um supervisor, alguém empregado em uma posição de liderança no qual tem o poder conquistado de forma legítima por estar em um nível mais alto e lidar com o estresse e as -responsabilidades.

Trabalhamos para termos recompensas, podemos ter essas recompensas e isso está tão claro no caminho como nunca. Podemos ser recompensados com dinheiro, com riqueza, com elogios, com certificados, com prêmios pelo nosso desempenho, ou mesmo com tempo livre e experiências incríveis pelo mundo. Esse é o poder de recompensa.

Se imaginarmos que estamos em uma sala de aula, o professor é a pessoa com o poder legítimo sobre os alunos. Esse mesmo professor também usa a punição, ou melhor, usa sua posição superior para hipoteticamente punir aqueles com mal comportamento e impor respeito perante sua autoridade legítima. Quando aplicamos essa medida, temos a consciência do poder coercitivo.

O poder de referência é sobre a nossa simpatia como fator. Está bastante ligada à nossa personalidade, ao nosso carisma, acontece quando estamos manifestando nosso verdadeiro caminho, você tem um bom relacionamento com as pessoas e elas se identificam com você, é quando as pessoas realmente querem seguir você. Assim você começa a dar excelentes sinais de liderança.

Podemos dizer que o poder de expert é o mais forte de todas outras dinâmicas do poder. Aqui é onde notamos que um indivíduo é avançado em alguma área ou possui alguma especialidade que envolva sua própria educação e experiências. O caminho para atingir o poder de expert é simplesmente estudar e se formar para aumentar seu próprio valor pessoal, pois isso só depende da pessoa, não precisa ter um cargo de liderança e não importa a posição hierárquica em que está. Estamos falando da pessoa que sabe algo que os outros não sabem, um status funcional por sua performance/reputação.

Para termos uma noção mais clara sobre tudo isso, vamos trabalhar com todas dinâmicas de poder em conjunto, analisando como se relacionam na prática. Imagine que você tenha estudado bastante e conquistado seu diploma ou graduação. Você automaticamente tem a responsabilidade de lidar com seu novo poder de expert. Por ser um especialista nessa área, as pessoas te procuram e têm você como referência no assunto, legitimando você na posição que ocupa pela performance e reputação do seu trabalho. Ser recompensado pelos nossos esforços, e a forma como utilizamos o poder coercitivo, ambos são resultantes das outras dinâmicas de poder e, quanto mais estivermos cientes dessa teoria, melhor líder e influente seremos.

Atividades

Esta é uma aula muito pessoal, e queremos que você pare e reflita sobre o que isso significa para você e o que você quer mudar como resultado. Então, vamos começar com algumas perguntas.

Qual é a sua força neste espaço? Qual é um método que você pode efetivamente influenciar os outros? Qual é a sua atitude para influenciar outras pessoas? Este é um ponto de partida para você. Aqui é onde você pode obter alguma tração.

Sou escoteiro, o escotismo me provê habilidades que vão além do âmbito social. A maioria das reações das pessoas quando falo que sou escoteiro é: “Você vende biscoito? Você caça esquilo?”. Sim, se for para arrecadar fundos e converter em experiências excelentes, não importa se for biscoito, pizza, bingo, juntar latinha, etc. Ser escoteiro me faz ter a sensação de estar preparado para qualquer adversidade da vida. Atender os primeiros socorros em alguém acidentado, maneiras de construir um acampamento com estratégia aplicada tomando referência à água, o clima, o vento, o ambiente, o terreno, os animais, as plantas, os insetos, a lenha, ao nível da barraca, onde fazer as necessidades básicas, quais os equipamentos e ferramentas essenciais de uma experiência tendo em mente todas as coisas que você quer fazer e o quê eu mesmo posso carregar. Ser escoteiro é foda, tenho até tatuagem. Lembrando também do mochilão que fiz, que foi do caralho.

Mas por mais importante, talvez mais importante, qual é a sua fraqueza? Qual é o método que você vê que outros usam como influência com o qual você tem problemas? Que você pode começar a esticar e melhorar.

O problema do cara bonzinho. Essa é a parada. E também prestar atenção no que eu falo e na forma como eu me comunico. Devo colocar um pouco mais de Pathos na minha retórica e mostrar meu caráter no discurso.

E então, finalmente, qual coisa que você gostaria de criar mudanças ou realizar que requer tanta influência quanto você pode reunir? Esta é uma espécie de motivação para o curso. O que você gostaria de fazer lá fora? Quais são os objetivos lá fora, as ambições lá fora que você precisa de poder e influência a fim de alcançar? Fale sobre você.

Quero conquistar minhas paradas. Minha estabilidade emocional, financeira, minha casa, meu carro, minha mulher, cada vez mais sair desse ciclo e plantar um futuro do caralho sensacional.

In this module we discuss many aspects of influence and power. What is one that surprised you? Is there something we mentioned that leads you to think about power in a new way?

O que mais me surpreendeu foi sobre o poder coercitivo na pesquisa de French & Raven sobre as dinâmicas do poder social. Se imaginarmos que estamos em uma sala de aula, o professor é a pessoa com o poder legítimo sobre os alunos. Esse mesmo professor também usa a punição, ou melhor, usa sua posição superior para hipoteticamente punir aqueles com mal comportamento e impor respeito perante sua autoridade legítima. Quando aplicamos essa medida, temos a consciência do poder coercitivo. Um bom exemplo desse poder de coerção que nos afeta é o medo de ser demitido pelo seu chefe, a pressão imposta para atingir metas maiores, ou nos piores dos casos o clássico abuso de autoridade. Sou escoteiro, e o escotismo praticado desde os 10 anos de idade me proveu habilidades que vão além do âmbito social. Ser escoteiro me faz ter a sensação de estar preparado para qualquer adversidade da vida. Atender os primeiros socorros em alguém acidentado, maneiras de construir um acampamento com estratégia aplicada tomando referência à água, o clima, o vento, o ambiente, o terreno, os animais, as plantas, os insetos, a lenha, ao nível da barraca, ao lugar onde fazer as necessidades básicas, quais os equipamentos e ferramentas essenciais de uma experiência tendo em mente todas as coisas que você quer fazer e o quê consegue carregar. Percebo o quanto ser escoteiro me faz mais preparado do que as outras pessoas, porque isso não depende da aprovação dos outros.

In this module we study two powerful people in very different situations — Sergio de Mello in East Timor and Robert Moses in New York City. What do you take away from their examples?

E.g., what is one way you hope to influence people and situations differently because of these examples?

No meu caso pessoal, o que me chamou mais atenção no início foi o caso de Sérgio de Mello. Sou brasileiro e vejo que uma pessoa que pelo simples fato de saber falar português, foi um dos aspectos mais importantes levados em consideração na sua designação pela ONU para assumir o processo de independência do Timor Leste em meio ao que restou da guerra contra a Indonésia. Ele conseguiu ir muito além de uma posição diplomática, teve que ser firme e influente como nunca antes. Teve postura para enfrentar os indonésios e muita influência para trazer os timorenses. E quando Sérgio de Mello conseguiu fazer isso, legitimou o poder para os Timorenses em frente a toda equipe da ONU. Enquanto a maioria dizia que isso era muito arriscado e que a ONU deveria continuar assumindo tudo, Sérgio teve que ser firme. Ele se posicionou e surpreendeu a todos. Ao longo do tempo foi transformando a gestão de controle militarizado do país para uma gestão mais constitucionalizada e social. Por outro lado, enquanto Sérgio de Mello buscava reconstruir um país criando uma constituição e leis, poderíamos dizer que Robert Moses explorava as brechas nos processos organizacionais, famoso por redigir documentos de acordos logísticos e financeiros, todos defendidos pela Constituição dos Estados Unidos da América. Dominou a alta posição de influência na cidade de New York nos anos 20, 30, 40 e 50. Moses tinha mais do que um poder de especialista, ele sabia de coisas que ninguém mais sabia, era capaz de resolver um questionário intenso de questões em pouco tempo e trazia soluções comentadas, exemplificadas, estratégias com contra-argumentos explorando as leis e outros casos. Se pudermos resumir Moses em uma frase, certamente seria: “Não me odeie, fale com meus advogados.” Em ambos os casos, aprendo que o que me resta é continuar estudando esse curso e elevando meu poder de especialista.